domingo, 6 de março de 2016

A minha verdadeira historia de vida


Peço desculpa por isto ter ficado grande demais.

Eu nasci a 28 de agosto de 1999 às 21:15h. Nunca fui uma coisa desejada na minha família, a minha mãe nunca me planeou ter no ano em que me teve mas sim no ano seguinte. Quando soube que estava grávida não abortou de mim porque já tinha passado dos 3 meses de gestação e já não era permitido abortar. Fui crescendo e não posso dizer que era uma criança infeliz mas também não era uma criança muito feliz. Era uma criança que tinha educação, que não tinha tudo o que queria mas tinha o  que precisava, era uma criança muito sossegada, calada e muito pacata. À medida que fui crescendo os meus pais começaram-me a diferencial muito do meu irmão, eles deixavam o meu irmão fazer muitas coisas e a mim não e eu nunca percebi bem o porque deles fazerem isso.
Quando fui para a escola, para o 1º ano, não fiz amigos e até ao 4º ano eu via toda a gente da minha turma a brincar entre si e quando eu chegava à beira deles, eles começavam aos segredinhos e nunca me deixavam brincar com eles e gozavam comigo por eu ser mais forte, mais caladinha e assim. No 5º ano mudei de escola e pensei que as cenas fossem diferentes mas as coisas ficaram iguais. Fiz uma amiga, a Mariana onde a considerei a minha melhor amiga até ao 8ºano. A minha turma do 5ºano foi a mesma até ao 9ºano, nunca saio ninguém da turma a não ser os que reprovavam o ano e cada vez que entrava alguém na turma integrava-se bem nela. Eu nunca me integrei na turma, tentei mais que uma vez dar-me bem com toda a gente mas cada vez tinha mais a certeza que ninguém gostava de mim, não tinha amigos, a minha turma quando iam sair convidavam toda a gente e a mim não. Sempre fui posta de parte daquela turma mas nunca percebi o porque disso acontecer. No 7ºano criei uma história na minha cabeça para não me sentir sozinha mas nunca a pensei passar para a realidade mas isso aconteceu. Comecei a mentir sobre o que fazia fora da escola, a dizer que tinha amigos quando na verdade não os tinha, a dizer que acontecia cenas que na realidade não aconteciam. No inico disto ainda era uma criança e achei engraçado continuar a história porque toda a gente estava acreditar nela e esta história fazia com que eu não tivesse que contar a verdade das cenas que se passavam em minha casa. Eu tinha e ainda hoje tenho vergonha de dizer o que se passa dentro de minha casa.
Houve dias em que não comia porque não tinha dinheiro para comida, dormi muitas vezes fora de casa porque eu tava em casa dos meus padrinhos e se o meu pai chegasse a casa primeiro que eu fechava a porta à chave e eu já não podia entrar então acabava por dormir cá fora ou ia dormir a casa da minha tia, num inverno cheguei andar de t-shirt e casaco fino porque não havia dinheiro para comprar roupa quente. Quando a minha cunhada veio lá para casa e nasceu a minha sobrinha as atenções caíram todas nelas, nessa altura deixei de pertencer aquela família porque ninguém queria saber de mim. No 9ºano quase que entrei em depressão, eu acho que não entrei porque tive com o David Carreira (o meu ídolo) os dois minutinhos que tive com ele deram-me força para eu continuar e não entrar em depressão.
O 10º ano chegou, escola nova, turma nova, uma boa oportunidade para deixar tudo para trás e começar tudo do zero. Os meus objetivos para esse ano era deixar a historia que criei no 7ºano para trás, apaga-la da minha vida e fazer amigos verdadeiros e que não se quisessem aproveitar-se de mim. Consegui fazer amigos, tenho 5/6 amigos que não quero perder contacto com eles porque são importantes para mim mas 2 deles destacam-se mais que os outros todos. Apesar de toda a merda que eu lhes fiz, de lhes ter mentido, quebrado a confiança eu sei que eles vão estar lá se eu precisar de ajuda, a nossa amizade não vai voltar a ser a mesma que era mas eu vejo-os como meus irmãos e vou estar sempre aqui para o que eles precisarem. A história do 7ºano não a consegui deixar para trás andei até à vem pouco tempo com ela, na semana em que descobri que tava com um depressão contei tudo à Cátia e ao Vitor. Eles ficaram chateados comigo e eu percebo perfeitamente o lado deles, neste momento falamos mas não é aquela cena que era dantes e tenho consciência que nunca mais vai voltar a ser porque o que eu fiz não devia ter feito. 
À duas, três semanas descobri que estava com uma depressão. Suspeito que apanhei a depressão na altura em que eu e o meu namorado acabamos no 10ºano, nessa altura não se notou muito mas no verão notou-se. Tentei supera-la sozinha sem ajuda de ninguém mas não consegui porque havia sempre alguma coisa que me deitava cada vez mais abaixo. A minha mãe levou me ao médico porque vi-o me completamente sem reação e eu acho que ficou com medo do que eu podia fazer. A 1º semana que andei a tomar medicamentos não reagia a nada, foi uma semana um bocado complicada para mim. Neste momento tenho 5/6 pessoas na minha turma que eu sei que estão lá para me ajudar a superar isto, também quero superar isto, quero poder ser eu própria, quero ser a pessoa que nunca mostrei a ninguém porque nunca consegui por causa de pessoas que me andavam sempre a rebaixar. Não sei o que sinto pelas pessoas, estou com as pessoas não sinto nada, tenho a minha cunhada constantemente a rebaixar-me, a minha mãe por incrível que pareça esta ajudar-me e anda preocupada comigo, o meu ex namorado também anda preocupado comigo mas não sei como nem porque, só sei que tem vindo ter comigo muitas vezes. Quero acabar o 11º ano, mudar de escola, começar tudo de novo, acabar o secundário e ir trabalhar para poder sair de casa dos meus pais porque é um sítio que me está a fazer mal.
Vou ser forte, vou superar isto, mostrar às pessoas quem é a Diana Sofia, ser eu própria sem mentiras a partir de agora, não vou ter vergonha de quem sou das dificuldades que passo e do que acontece em minha casa, quero ter perto de mim os amigos verdadeiros e que sei que vão ficar para a vida e mandar foder as pessoas que estão comigo só por interesse. Apesar de agora estar eu em 1º lugar para me tratar eu estou sempre aqui para aqueles que estiveram e estão aqui para mim.
Agora sim posso dizer que o meu lema de vida é : Falar sem aspas, sonhar sem reticências, amar sem interrogações e viver sem ponto final.

 Beijinhos Dianinha Sofia

1 comentário:

  1. Diana, a vida é feita de escolhas não é vivida da forma que queremos e como sonhamos. Compreendo o que tem passado contigo, mas lembra-te eu estou aqui para o que dere vier e nunca te irei julgar, porque eu bem o sei que és uma pessoa maravilhosa e daquelas em que se pode confiar. Força tu és capaz minha Diana Sofia.
    Grande abraço.

    ResponderEliminar